Tudo sobre Wicca

Falar em origem da bruxaria é o mesmo que retornar aos primórdios da Humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar sua percepção para os mistérios da vida e da natureza.
Explicar a Wicca é ter que entender várias religiões diferentes que foram mescladas, subtraídos os elementos de violência e morte e por fim colocar tudo num compêndio com uma ideologia totalmente feminista. A wicca foi compilada nos anos 50, época inclusive que começaram a surgir as primeiras células do movimento feminista pelo mundo e também as primeiras “aparições” de publicações da Rosacruz para pessoas de fora da ordem. Com acesso a bibliotecas de história da época e agora de material explicando sobre alta magia, Gerald Brosseau Gardner começou seus estudos sobre magia e mitologia dos povos da época das invasões bárbaras até finalmente criar a wicca, que primeiramente era simplesmente uma filosofia até se tornar uma religião com vários adeptos no mundo todo.
Além de vários ritos e conceitos mais leves das culturas pré Idade Média, Gardner também incluiu em seu compêndio vários elementos da Stregheria italiana e até mesmo da própria Inquisição para sustentar a sua base de que as mulheres seriam “bruxas naturais” e que teriam muito mais habilidade com magia do que os homens, quase divinizando-as. A filosofia de Gardner prega basicamente que você deve estar sempre bem com você e com o mundo, sendo assim temos as treze metas da wicca.
As Treze Metas da Wicca
– Conhecer a si mesmo
– Saber sua arte
– Aprender
– Usar o que você aprendeu
– Manter o balanço de todas as coisas

– Manter suas palavras verdadeiras
– Manter seus pensamentos verdadeiros
– Celebrar a vida
– Alinhar você mesmo com os ciclos da Terra
– Manter seu corpo correto
– Exercitar seu corpo e sua mente
– Amar ao próximo como a ti mesmo
– Honrar a Deusa e o Deus
Essas metas devem ser seguidas pelos praticantes da Wicca. Há também algumas leis da Wicca, que assim como as metas devem ser seguidas e respeitadas.
Deusa-Mãe
O sagrado feminino em foco. A divinização da mulher como criadora do universo. A deusa multifacetada da wicca é atribuida a várias outras deidadas de panteões estrangeiros, todas com o mesmo emblema, o amor materno incondicional e a arte da magia nas veias. Ísis geralmente é a primeira a ser sincretizada, deusa da magia, mulher de Osíris e mãe de Hórus. Amou o marido mesmo esse morto (arquétipo da fidelidade conjugal e do amor eterno), ajudou seu filho Hórus a se tornar o mais poderoso Deus do panteão derrotando seu tio Set (arquétipo da devoção materna e da perseverança) e descobriu o nome secreto do Deus mais poderoso do panteão egípcio (arquétipo da inteligência e da magia).
A Deusa-Mãe foi rejeitada por várias outras crenças por não aceitarem seu sincretismo com deusas pertencentes a panteões absolutamente patriarcais, sendo ela uma deusa matriarcal e totalmente rebelde ao controle masculino. Um equívoco comum entre vários wiccanos hoje em dia é o sincretismo da Deusa-Mãe com Lilith. Lilith é uma Deusa Suméria da luxúria e do aborto, logo seu arquétipo não tem nada de maternal e procriador, assim como Athenas que nunca teve filhos e era a deusa da estratégia militar.
Deus Cornífero
Símbolo da caça e da força bruta. Marido, filho e escudeiro leal da Deusa mãe. O Deus Cornífero já foi várias vezes visto como o demônio pelos cristãos mais fanáticos, tudo por causa dos chifres que nada mais são do que o símbolo de poder desse Deus meio homem meio cervo. Ele também representa a juventude, a tenacidade e a roda das encarnações. Seu ciclo é natural como o de toda a natureza, ao contrário da Deusa-Mãe o Deus Cornífero nasce, cresce, se reproduz, morre e nasce novamente. É geralmente associado a Deuses de nascimento “estranhos” como Dionísio que foi gerado duas vezes, morreu uma vez e logo depois conseguiu reviver. Não é visto muito como um símbolo de poder mágico, mas sim de força braçal e de coragem. Esse Deus também é multifacetado, porém é necessário ter muito cuidado com os sincretismos uma vez que o Deus Cornífero é totalmente submisso a Deusa-Mãe.
Os Rituais
O bruxo tem algumas obrigações, entre elas, comemorar as estações do ano, e os ciclos da Lua. As comemorações dos ciclos lunares, são chamadas Esbats, e as celebrações do movimento da terra em volta do Sol – as estações – são chamados sabbaths. Os esbats são festejados a cada primeira noite de Lua cheia e os Sabbaths são comemorados seguindo a Roda do Ano, que é marcada por oito datas:
Yule ou Solstício de Inverno – Representa o nascimento do Deus. É a noite mais escura do ano, e marca o apogeu da escuridão na Terra. Por outro lado, é o primeiro dia de sua decadência, pois a Criança Sagrada, o Menino Sol nasce trazendo a Luz ao Planeta.
Assim, também marca o retorno da força solar. Em Yule é tempo de celebrar o início de todas as coisas e devemos meditar sobre novos projetos, novos amores, nova vida. É celebrado a 21 de junho no Sul e 21 de Dezembro no Norte. É desta data antiga que se originou o Natal Cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como Criança Prometida.
Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Coloque flores e frutos da época do altar. Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois está é a antiga tradição “pagã”, onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores.
Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da
Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.
Alimentos e bebidas: Gemada, chá com especiarias, pão com gengibre, bolo de frutas, biscoitos doces, uvas, frutas secas e nozes.
Ervas e flores: Folhas de pinheiro, pinhas, azevinho, visgo, junípero, hera, cedro, louro, cravo-da-índia, alecrim, noz-moscada, canela, gengibre, valeriana, mirra.
Cores: Vermelho, verde e branco.
Ornamentos para o altar: Uma flor de bico-de-papagaio, visgo, azevinho, pinhas, sinos, doces natalinos e imagens solares.
Imbolc ou Candlemas– Imbolc vem para confirmar Yule. A Deusa retorna ao seu povo em Imbolc, novamente virgem, trazendo com ela novas esperanças, nova promessa de vida. O Deus agora já não é mais uma criança, e agora se apresenta como um belo jovem, que com o passar dos dias se fortifica. Em Imbolc devemos nos livrar de tudo o que é velho e desgastado para darmos lugar ao novo. É comemorado a 1 de agosto no Sul e 02 de Fevereiro no Norte.Este Sabá é dedicado à Deusa Brigite, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Escrita, da Metalurgia e do Fogo. Nesta noite, as Bruxas colocam velas cor de laranja ao redor do círculo, e uma vela acesa dentro do Caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, pode-se fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A Bruxa mais jovem da Assembléia pode representar Brigite, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do caldeirão, ou a fogueira, se o ritual for ao ar livre, o que representaria a Inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa.Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigite. Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família do Coven. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da Saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. A consagração deve ser feita pelos membros mais jovens do Coven.Alimentos e bebidas: Mel, passas, sopas quentes, leite e derivados.Ervas e flores: Folhas de pinheiro, salgueiro, sorveira-brava, menta, alecrim e endro.
Cores: Prata, branco, verde-escuro.
Ornamentos para o altar: Sempre-vivas, jaspe verde ou quartzo branco leitoso, flores brancas, bonecas de palha de milho, velas brancas e verdes, flocos de neve simbólicos e uma jarra de leite.
Ostara ou Equinócio de Primavera – Em Ostara, comemoramos o primeiro dia de Primavera. Na natureza tudo desabrocha: a Deusa cobre a terra com um manto de fertilidade e, juntamente ao Deus, estimula todos os seres vivos a reprodução. O Deus, agora mais maduro está cada vez mais forte.
É tempo de enfeitar o altar com flores e frutos da época. É comemorada a 21 de setembro no Sul ou 21 de Março no Norte.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve ser enfeitado com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar.
Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos.
Nesse caso, não utilize tintas tóxicas, pois podem provocar problemas se ingeridas. Use anilinas para bolo, ou cozinhe os ovos com
cascas de cebola na água, o que dará uma bela cor dourada. Antes de comê-los, os membros do Coven devem girar de mãos dadas em volta do Altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a sua criatividade. Os pedidos devem ser
voltados à “fertilidade” em todas as áreas.
Alimentos e bebidas: Ovos, biscoitos, pães doces, bolinhos recheados com geléia, sementes de girassol e salada.
Ervas e flores: Corniso, narciso, madressilva, aspérula, violeta, peônia, íris, jasmim, prímula e gengibre.
Cores: Tons pastéis de rosa, amarelo, verde e azul.
Ornamentos para o altar: Representações de filhotes, flores de cor pastel (hortênsia por exemplo), penas brancas, feixes de grama recém cortada e sementes.
Beltane – É o período de em que o Deus torna-se sexualmente maduro. Agora, ele é um Homem que apaixona-se pela Deusa, que juntos fazem Amor pelos campos – A Sagrada União, que tudo fecunda. O Caldeirão deverá estar cheio d’água em Beltane, com flores boiando dentro.
Também deve-se erguer um pau, tronco ou bambu e amarrar em sua extremidade mais alta fitas de várias cores. Cada um deve pegar uma ponta da fita, e todos devem girar enrolando-a. O bambu representa o fallus do Deus – seu órgão genital. Beltane é comemorado a 31 de Outubro no Sul ou 01 de Maio no Norte.
Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada “Rainha de Maio”. Em Beltane se comemora esse Amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se
acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de “pular a fogueira” nas festas juninas.
Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes.
Uma das mais belas tradições de Beltane é o Maypole, ou Mastro de Fitas. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses. É costume em Wicca jamais se casar em Maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.
Alimentos e bebidas: Cerejas, morangos, baunilha, maçãs e biscoitos de aveia.
Ervas e flores: Pilriteiro, madressilva, flor de maio, prímula, rosa, bétula, alecrim e lilás.
Cores: Verde, azul, rosa velho, violeta.
Ornamentos para o altar: Imagens de borboletas, flores frescas perfumadas, fitas coloridas, o cálice e o athame.
Litha ou Solstício de Verão – É comemorado a 21 de dezembro no Sul ou 21 de Junho no Norte. Agora, toda a Terra encontra-se banhada pela Fertilidade da Deusa e do Deus. Este está no auge de sua força, fazendo com que os dias sejam maiores do que as noites. Devemos nos lembrar porém,que se aproxima o momento dele começar a definhar. Em seu altar, coloque ervas solares e
Girassóis, para representar a potência do Deus. Em Beltane, louvamos a Deusa em seu aspecto de Gaia, a Mãe Terra, e o Deus em seu aspecto de Deus Sol.Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao ponto máximo de seu poder. Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande. É hora de pedirmos coragem, energia e Saúde. Mas não devemos nos esquecer que,
embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar. Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão.
Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte. Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas.
Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no caldeirão.Alimentos e bebidas: Limonada, pêssegos, damascos, laranjas, frutas silvestres, melões, pratos quentes e condimentados.Ervas e flores: Camomila, margaridas, cravos, olíbano, sândalo, Artemísia, milefólio, verbena, erva-doce e tomilho.Cores: Dourado, amarelo – vivo, laranja – vivo, rosa – vivo.
Ornamentos para o altar: Oferendas para as fadas, amuletos ou talismãs, espelhos, fitas ou contas douradas e flores de cor laranja.
Lammas ou Lughnasad – Celebrado a 2 de fevereiro no Sul ou 01 de Agosto no Norte. É o período da colheita, quando a Natureza mostra seus frutos. O Deus gradativamente enfraquece, e a Deusa observa a queda de seu amante, sabendo que, dentro dela, ele vive como semente. Aos poucos as noites começam a ficar mais longas, devido ao enfraquecimento do Sol.
No altar, devemos depositar ramos de trigo e espigas de milho. Na noite de Lammas, deve ser servido pães e bolos. É tempo de colher o resultado de nossas ações e de agradecer por dádivas alcançadas. Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano.
Lugh é o Deus Sol. Na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e
Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
O outro nome do Sabá é Lammas, que significa “A Massa de Lugh”. Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais.
O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida. O Altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.
Alimentos e bebidas: Pão de milho e/ou centeio, cerveja, pasta de grão de bico, torradinhas, bolacha integral e sucos de frutas vermelhas.
Ervas e flores: Grãos, urze, acácia, sálvia e papoulas.
Cores: Amarelo – milho, dourado, laranja e vermelho.
Ornamentos para o altar: Aveia, pão fresco feito por você, girassóis, milho, grãos, pipoca, sachês de ervas aromáticas e velas laranja.
Mabon ou Equinócio de Outono – Acontece a 21 de março no Sul ou 21 de Setembro no Norte. A colheita iniciada em Lammas agora atinge seu ponto máximo. Os dias e as noites são de igual duração, e o Deus prepara-se para partir à Terra da Juventude Eterna, onde irá descansar e recobrar suas forças. Esse fenecimento pode ser visto também na Natureza, que prepara-se para a chegada do Inverno. Nesse período, o altar deve conter folhas de plantas da estação, e alguns frutos. O Deus agora é louvado em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora.
No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no Amor e proteção para as pessoas que amamos. Está é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas. O deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.
Alimentos e bebidas: Framboesas, vegetais, torta de maçã, cidra, pão de frutas e peras.
Ervas e flores: Canela, patchouli, avelã, cedro e anis.
Cores: Marrom, laranja-queimado e castanho.
Ornamentos para o altar: Bolotas de carvalho, cascas de nozes, folhas secas ou douradas, velas marrons e uma cornucópia cheia de maçãs, peras, nozes e uvas.
Samhain, Dia das Bruxas ou Halloween – Comemorado a 1 de maio no Sul ou 31 de Outubro no Norte, marca a ida do Deus ao Reino dos Mortos. É o ponto auge da Roda do Ano e é considerado o Ano Novo pagão. Nessa data a barreira entre os mundos está mais fraca, facilitando assim, o contato com entes queridos que já se foram. Métodos Divinatórios devem ser praticados nessa noite e o altar deve conter folhas de cipreste, abóboras, velas negras e laranjas. Em Samhain é tempo de reflexão: de olharmos para nossos atos e compreendermos o significado de nossas experiências.Apesar de ser a noite da partida do Deus, não deve ser encarado com tristeza – Ele ainda vive dentro da Deusa como seu filho: É a esperança, a promessa de luz, que se concretizará em Yule. Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram.As bruxas não fazem rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O sentido do Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de Amor e harmonia. A noite do Samhain é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabá é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela cidra ou pelo suco de maçã. Deve-se fazer muita brincadeira com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza.
No Altar e nos Quadrantes não devem faltar as tradicionais Máscaras de Abóbora com velas dentro. Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa “Sem Luz”, pois, nessa noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse Amor, a semente da luz espera
no Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa.
A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Há muita divergência quanto à pronúncia da palavra, mas acredito que seja Sal-Uin (Sow-ween). Essa é a noite em que a barreira entre nosso mundo e o mundo dos espíritos fica mais fina. É quando o Deus Cornudo se sacrifica para se tornar a semente de seu próprio renascimento em Yule. É quando os pastores recolhem o gado e o povo esconde-se em casa, fugindo da época mais escura do inverno. A data marca o fim (e o início) do calendário Celta.É celebrada pelos Cristãos como o Dia das Bruxas, o famoso Halloween (All hails eve). A noite de Samhain ou Halloween se encontra
no meio exato entre o Ano que se vai e o que vem pela frente, e é, portanto, uma data atemporal. Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de “Bolos para os Mortos” especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a
crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam. Outro costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente, até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol,grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas
dos mortos aos seus parentes.As Artes Divinatórias, como observação da bola de cristal e o jogo de runas, na noite mágica de Samhain, são tradições Wiccans, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.
Alimentos e bebidas: Suco de maça ou cidra, torta de abóbora, pão de cenoura, moranga, abóbora, romã, grãos e açúcar mascavo.
Ervas e flores:Pimenta, cravos de defunto, crisântemo, avelã e gataria.
Cores: Laranja e roxo (NÃO, CELTAS NÃO CULTUAVAM PRETO, PRA ELES PRETO ERA COR DE LUTO MINHA GENTE, NÃO VAMOS VIAJAR! ESSE NEGÓCIO DE PRETO É COISA DE AMERICANO AMIGUINHOS…).
Ornamentos para o altar: Abóboras, morangas, maças, talismãs de proteção e presentes para que os mortos NÃO APAREÇAM NA SUA CASA. (Lamento, essa turma de hoje em dia que acha que Samhain é pra ficar feliz e lembrar dos mortos é tudo mentira da braba. Para os celtas, era nesse dia que os espíritos dos mortos saiam do túmulo para visitarem seus parentes… logo, você deveria deixar a oferenda para eles na PORTA DE CASA e abóboras bem feiosas atrás deles, justamente para o fantasma não se aproximar de você).
Período de dedicação
Na wicca existe um período na vida do magista em que ele passa por provações, segundo a crença, da Deusa. Esse marco é chamado Período de Dedicação ou Noite Escura da Alma e entre outras atribuições, serve para nomear os sacerdotes e sacerdotisas do templo.
O período de dedicação possui dois aspectos: o período de testes e o período de rompimentos. No período de testes o futuro sacerdote ou sacerdotisa irá passar por provações tanto nas questões pessoais quanto nas questões mágikas. Acredita-se que nesse período o magista passará por infortúnios do plano físico que tentarão impedí-lo de se proteger das ameaças e dos ataques do plano astral. Passada essa parte, vem o período de rompimento onde vários bruxos falham uma vez que não conseguem se despreender de certas concepções.
Já o período do rompimento é divido em três partes:
Rompimento Religioso – Onde o bruxo e o bruxa independente da religião que foi criada deve se despreender de vários conceitos como pecado, céu e inferno, mulher subjulgada, diabo e etc. Isso também diz respeito a fé do mago na magia, segundo a wicca você não deve acreditar que ela funciona, você deve ter PLENA CERTEZA disso.
Rompimento Social – Determinados comportamentos “normais” na sociedade atual, segundo a wicca não podem fazer parte da vida de um bruxo em hipótese alguma. Preconceitos de todas as formas, violência, fumo e bebida alcóolica em excesso, destruição da natureza, fanatismo de toda espécie e ganância desenfreada são alguns exemplos.
Rompimento Emocional – Na vida do futuro sacerdote, ele deve ser o símbolo máximo de fraternidade e amor ao próximo, logo ele deve primeiro se perdoar dos erros do passado, aceitar as conseqüencias de cabeça erguida e enfrentar possíveis retaliações além de perdoar seus inimigos e aceitar as pessoas como elas são e eliminar por completo a desconfiança natural do ser humano.
Todas essas servem para remover qualquer dúvida que o futuro sacerdote venha a ter sobre o caminho que resolveu seguir. Após todo esse trabalho e o período de dedicação o bruxo ou bruxa estará pronto para ser iniciado no sacerdócio e poderá a partir de então conduzir os ritos e festivais da religião da Deusa além de consagrar objetos mágikos e iniciar os mais novos na arte mágika (apenas a Grande Sacerdotisa pode iniciar os sacerdotes e sacerdotisas, esses só podem iniciar novos membros do coven).
Desmistificando a Wicca
Aqui, segue uma listinha de coisas que charlatães costumam pregar como certas nos covens mas que estão absolutamente fora dos protocolos de comportamento da wicca.
1 – Não existem ritos sexuais na wicca, essa prática começou a ser difundida após alguns vários falsos magos e magas fazerem uma errada interpretação do festival de Beltane. O que simplesmente ocorre as portas fechada entre a Grande Sacerdotisa e o Grande Sacerdote é somente simbólico, não existe contato sexual de fato entre ambos e nem com membros de hierarquias menores. As iniciações NÃO são feitas com ritos sexuais nem para o sacerdócio nem para os iniciantes.
2 – A wicca não prega o preconceito religioso contra os católicos. É expressamente proibido a um wiccano que tenha preconceito contra qualquer coisa que seja, desde opção religiosa até opção sexual ou cor da pele. Vários neo wiccanos hoje em dia pregam um ódio mortal a Igreja católica em específico por conta da Santa Inquisição. Se fosse esse o argumento, ciganos, índios, negrios, gays, judeus e vários outros grupos teriam muito mais motivos para odiarem e tacarem fogo no Vaticano do que qualquer pagão, afinal até hoje eles são discriminados. Logo, NÃO, ninguém tem direito de julgar NINGUÉM uma vez que os Celtas também dizimaram muitos povos na época das invasões bárbaras.
3 – Não se vendem acessórios “consagrados”. Isso em qualquer lugar, religião e cultura. Ganhar dinheiro usando a imagem da Deusa para isso é considerado quase uma afronta aos ensinamentos da wicca.
4 – Para ser iniciado você precisa…SER INICIADO. Não existe essa de dois anos de estudo, a parte que diz que você não pode fazer ritos sem ser iniciado é justamente porque o iniciado começa a estudar a arte quando entra num coven.
5 – Consumo de drogas… nem preciso falar nada. Wiccano leigo: “Mas é natural!” Eu: “E faz mal pro corpo que a Deusa te deu, sem discussão”.
6 – Um grupo hoje em dia que está causando uma grande polêmica para a wicca são os já conhecidos “posers”. Vários adolescentes rebeldes que se revoltam com o cristianismo por alguma trivialidade e são abraçados por autores e grandes sacerdotes fajutos que colocam vários e vários conceitos errados nas cabecinhas vazias deles e os fazem sair repetindo isso e fazendo bobagem. Não confundam esse tipo de gente com um adepto da corrente wicca.
7 – Vegetarianismo. NÃO, NEM TODO WICCA PRECISA NECESSARIAMENTE SER VEGETARIANO. Se a própria Deusa é encarregada do equilíbrio natural do mundo, logo é culpa dela que os humanos precisem de carne para sua alimentação, quem gosta de ser vegetariano beleza, continue assim, mas nem todo mundo gosta (e as vezes nem pode) seguir essa dieta. Hábitos alimentares não tem nada a ver com a religião, exceto se ela fizer mal ao seu corpo (atenção povinho do fast food, vamos maneirar).
8 – É impossível mexer no clima com magia. Simples assim, seu grande sacertode NÃO FAZ CHOVER. Muitos falsários costumam pregar essa clássica mentira para atrair mais codeirinhos para o seu rebanho.
9 – Uma coisa…nada contra cultuar outros deuses, mas… quando foi dito que a Deusa tem várias faces não é bem nesse sentido. Temos que tomar cuidado a Deusa wiccana é uma, ela é uma mãe amorosa que vai te dar bronca se você fizer besteira, ao contrário de Hécate que vai te ferrar se você perturbá-la a troco de nada. Misturar deusas de outros panteões sem entender a sua verdadeira natureza comportamental é um erro muito grande. A Deusa Mãe só pode ser associada a Deusas com caráter totalmente materno para com seus seguidores.
10 – É TERMINANTEMENTE CONTRA TODOS OS PRECEITOS DA WICCA sacrificar animais e consagrar objetos com sêmem. Sangue e sêmem não são usados em nenhum rito da wicca, por carregarem muita da assinatura energética de seus donos o que influenciaria no ritual e não existem ritos wicca que usem esse tipo de energia. A única energia usada nos ritos são da Deusa Mãe e seus aspectos naturais (da Lua por exemplo).

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